sábado, 21 de junho de 2014

Um sapo em minha vida

Dizem, os contos de fadas, que o sapo vira príncipe no final da estória,
No meu caso foi o contrário.

Era uma vez um príncipe chamado Vinci (nome fictício).
Ele era um bom rapaz, segundo os padrões da sociedade,
Cursava Engenharia, era da igreja, obediente à mãe e "direitinho".

Numa bela tarde de primavera Vinci veio me dar os parabéns.
Parabéns pela minha coragem de lagar tudo e correr atrás dos meus sonhos,
Te ter entrado numa boa faculdade,
De ter crescido e virado mulher.

Nossas conversas não se limitaram apenas ao Face,
Conversamos horas pelo celular,
Assistimos filmes de comédia juntos,
Ele leu alguns capítulos do seu livro favorito,
Compartilhamos segredos e medos durante madrugadas escuras.
Estávamos namorando a distância!

Quando me dei conta estava dentro de um avião, voltando pra Pernambuco para encontra-lo.
Minhas mãos e seu famoso poder de derreter me deixaram ainda mais nervosa.
Não enxergava as nuvens pela janela, não enxergava mais nada,
Apenas imaginava aquele mágico instante quando dois olhares se transformam em um doce abraço.

Ele foi me buscar no aeroporto, estava lindo, cheiroso e com um enorme coração de chocolate na mão.
Amo chocolate! E naquele instante passei a amar seu coração.
Fomos para a praia e ficamos abraçados na beira do mar.
Por alguns instantes que me senti segura, me senti feliz.
Estava em casa!

Tenho uma surpresa!
Sussurrou em meu ouvido depois de um longo beijo naquela brisa em Boa Viagem.
Entramos no carro, e onde fui parar? Num barco!
Nunca havia andado num barco tão romântico.
Na verdade, nunca havia "andado de barco".
Quando passamos por baixo de uma das pontes do Recife, o guia turístico disse para fazermos um desejo.
As estrelas do céu batiam palmas lá do alto e foram testemunhas de suas palavras.
Ele tirou uma caixinha do bolso: um colar e um pingente com o simbolo do infinito e me disse:
Que seja infinito enquanto dure!

Nunca pensei que duraria tão pouco!
Apenas um mês. Nem foram as férias todas.
Se ele soubesse a dor que me provocou,
Teria pedido perdão de dizer PARABÉNS naquela tarde de primavera.
Taria pedido perdão pelo rio de desilusões onde me fez navegar.
Se ele ao menos tivesse deixado eu me despedir.
Se ele ao menos tivesse terminado olho no olho, cara a cara, para eu entender que era real.
Talvez a dor seria menor. Menor que o texto de sms que ele me escreveu:
"Me desculpa, não queria te machucar, mas não da mais. Acabou."

Não queria  me machucar uma ová. Você conhecia minhas dores e brincou com meus sentimentos.
Espero que as estrelas te perdoe pelas injurias que fizeste embaixo daquela ponte.
Porque eu não te perdoou, eu te esqueci.
E espero, sinceramente que a sua noiva te faça feliz como você me fez.

Meu príncipe virou sapo,
Peguei o avião um mês depois
E voltei para o início da minha história, apagar e começar a pintar tudo novamente,
Entre os livros da faculdade e meu caderno de poesias.

Sei que uma princesa merece muito mais que esmola de sentimentos.
Espero, num dia desses qualquer de verão, ou até mesmo de inverno,
Encontrar pelo meu jardim um homem, não um sapo.




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